terça-feira, junho 13, 2006

Os ex-maoístas em todo o seu esplendor

No editorial de hoje do " Público" , José Manuel Fernandes ( J.M.F.) ( ainda me recordo dele como fogoso maoísta no Liceu Pedro Nunes) escreve uma peça jornalística de antologia. Antologia de como não devem ser escritos artigos de jornais ou de como um editorial pode ser desinformado e preconceituoso. O tema é a separação de poderes , no caso entre o executivo e o judicial, o pretexto o encerramento da Maternidade de Elvas e a opinião a de que o juiz que decidiu ontem favoravelmente a providência cautelar que procura evitar o encerramento, decidiu por razões políticas e sem competencia jurídica. O extraordinário é que J.M.F. confessa que não leu o acórdão e que portanto nada sabe sobre as razões do juiz. Ou seja, a sua opinião é um mero palpite sobre fundamentos desconhecidos, envolta em considerações pouco informadas sobre a separação de poderes . Entre as pérolas acerca do tema lemos que a origem da separação de poderes remonta à Magna Carta britânica do sec. XIII ( ???) . E, mais adiante, sustenta que um magistrado declarar ilegais leis "aprovadas por esmagadora maioria " é um verdadeiro escândalo (???) . Receio bem que toda esta sabença resulte da frequência no tal Mestrado em Ciência Política da Católica ( orientado pelo também ex-maoísta José Carlos Espada) a qual , segundo consta, estaria a ser "aconselhada" a todos os jornalistas do Público. Pelos vistos o resultado não é brilhante. Acresce que como J.M.F. não domina a natureza jurídica e o regime dos procedimentos cautelares ( a avaliar pelo que escreve) acha que estes só podem resultar em actos políticos . É claro que se se tivesse informado antes de escrever facilmente concluiria que os procedimentos cautelares são instrumentos urgentes assentes em pressupostos jurídicos ( e não políticos) minimamente consistentes ainda que provisórios ( funus boni juris e periculum in mora) . De resto no caso da Maternidade de Elvas o que está por fundamentar não é a decisão do juiz mas sim a do Governo. Eis como se faz jornalismo em Portugal ou de como os ex-maoístas continuam esplendorosos...

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Mao Mao...

Bom post. Vou linkar, pode ser?

bj

5:17 da tarde  
Blogger Ricardo Leite Pinto disse...

OK . Obrigado

10:07 da tarde  

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