Hannah e Martin
A complexa relação amorosa entre Hannah Arendt e Martin Heidegger está no centro da peça " Hanna e Martin" em representação no Teatro Aberto. A vida de dois dos mais extraordinários filósofos do sec. XX encaixada nas vidas do mesmo século, transborda de interesse. O espectáculo e a sua encenação são originais . O recurso ao video que grava e projecta as imagens do que estamos a ver em palco de perspectivas diferentes resulta num modo diferente de ver teatro. A mesma cena surge retratada de difentes angulos ao mesmo tempo , temos liberdade para escolher a perspectiva, vemos tv e vemos teatro. Olhamos para dentro da casa através da câmara como se estivéssemos a devassar a privacidade . A interpretação é irregular. No dia em que assisti - pós Natal - parecia que as azevias e as filhóses pesavam demais nas cabeças e nos ventres dos actores. Mas a peça vale também pela riqueza dos diálogos e pela ideia com que ficamos - posto que a realidade e ficção estão quase sobrepostas- da complexa natureza humana. Dois dos seguramente mais inteligentes seres que passaram ao de cimo da Terra, cometem os mesmos erros que os comuns mortais e afundam-se em incoerências que a razão vê mas o coração não domina ( e nós a pensarmos que eles eram Deuses). Um bom pretexto para ler " A Condição Humana" de Arendt e o " Ser e o Nada" de Heidegger.
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